quarta-feira, 19 de março de 2008

03 de janeiro de 2208 – Primeiro tiro.

03:30 da madruga e eu aqui sentado de olho nesses monitores, a única coisa que ouço é meu bom e velho som tocando minhas musicas prediletas. Ahhh como seria bom alguém aparecer aqui para mim inaugurar a minha AS-110.

Bem, 4:30 e até agora nada, realmente é um saco ficar aqui nessa guarita, por causa dos repelentes elétricos, nem mosquito vem me incomodar.

4:37 – Uhhhmm? O que foi isso??? Droga primeiro dia de plantão e já durmo, o melhor o que tenho a fazer é me manter acordado.

Logo após a minha cochilada de poucos minutos, exatamente às 4:50 da manhã vejo algo estranho no meu monitor, não posso dizer muito bem o que é pelo formato diferente, parece um javali se arrastando perto da entrada norte. Sempre ouvi histórias que esse local era mal assombrado pelos antigos povos que aqui viviam, mas um porco iria vir me assombrar? Continuo olhando aquele ser estranho que pelo meus monitores é algo vivo, e sem muita coragem de soar o alarme, apenas pego minha sniper ligo o modo infravermelho dela e fico de olho no bixo. Até agora nada aconteceu, mas ele está se aproximando muito da entrada norte.

Não resisto. O gatilho é muito macio e com certeza não deve ser alguém andando daquele jeito. Assim que vejo o brilho dos olhos dele virando em minha direção puxei o gatilho.

Com o estrondo da minha arma o alarme automaticamente dispara e vejo todos correndo pra fora dos alojamentos afoitos, nervosos e principalmente assustados, os novatos saem de cuecas e suas armas na mão procurando algo ou alguém para atirar, enquanto isso os mais experientes já fardados com camuflagem noturna começam a me perguntar pelo comunicador detalhes do ataque, e nisso explico o que houve.

Todos correm em direção ao portão norte e vêem o resto de um porco vestido com uma farda militar. Assim, percebe-se que foi uma armadilha, corro os olhos para os outros monitores e vejo 4 pessoas fugindo da nossa base num veículo muito tecnológico que não emitiu nenhum som.

Tento mirar com minha AS-110 mas já é tarde, já estão longe no meio da mata.

Passo essas informações para o comandante Marcos que já pede para todos do Comando S15 reportarem seus estados, e descobrimos então que a Dra. Miranda havia sumido no meio da multidão, enquanto isso, Carla nossa engenheira de comunicação junto com Paula nossa responsável pela nanotecnologia vasculham as gravações das câmeras para entender melhor o que tinha acontecido, Marcos convoca um grupo para ir atrás dos invasores colocando Marcio como líder e Pedro, Bárbara, Vitor e eu respondendo ao seu comando, já em seguida reporta o misterioso ataque para a base principal dos Pampas.

Enfim conheço o nosso AVM-122M, como o bixinho é forte, Marcio como sempre exímio piloto mostra toda a sua habilidade seguindo em alta velocidade a trilha deixada pelo veículo dos invasores, Pedro, que é mecânico e pirotécnico ao analisar a trilha que estamos seguindo, comenta que pelo estilo das marcas no chão e nas árvores, tudo indica ser tecnologia dos Japonésios, com isso todos ficam assustados e com nervos tensos, pois sabemos que dentre todas as 5 nações que hoje dominam o que restou da antiga terra, os Japonésios são os piores, pois além de todos os cidadãos serem treinados em artes de guerra, são os mais sanguinários e impiedosos com seus prisioneiros. Assim já começamos a nos preparar para o pior.

Após uma hora de corrida pela mata, chegamos a uma clareira e chegamos a tempo para ver nossos invasores embarcando em um veículo aério e decolando em alta velocidade.

Infelizmente, constatamos que perdemos nossa médica.

Ao retornar a base, Carla nos relatou o que descobriu:

- Em primeiro lugar não foram 4 invasores, e sim 3 invasores, o quarto indivíduo observado pelo cabo Lander era a Dra. Miranda, que aparentemente não apresentou resistência ao seqüestro. Em segundo lugar como todos sabem, depois que os governo dos Congos conseguiu a tecnologia espacial necessária para a instalação orbital deles, não existem mais satélites funcionando hoje em dia, mas felizmente, por coincidência, a nossa base espacial estava justamente tirando fotos do desenvolvimento da vida noturna na grande zona morta de São Paulo e pegou essas incríveis fotos:

Ao observarmos as fotos mostradas por Carla, descobrimos que o veículo que vimos decolando a poucas horas no meio da mata era o que agora estava pousado numa das áreas mais tóxicas do hemisfério sul.

Assim, após uma longa reunião entre Marcos, o tenente Anderson e outros membros da cúpula estratégica do União Americana, decidiu-se que por nós do S15 sermos o único comando ao Sul que teve um treinamento especial recente para as Zonas Mortas, somos os únicos capazes de ir resgatar a Dra. Miranda, dessa forma o experiente Comando S7 deveria assumir nosso posto e nós nos prepararmos para viajar e adentrar na zona morta de São Paulo.

Como escrevo esse diário para as futuras gerações, não sei qual é o conhecimento histórico do leitor, por isso vou fazer uma rápida explicação a que pontos chegamos.

No ano de 2058 grande parte dos pólos já havia sido derretido devido ao exagero dos nossos antepassados, assim motivado pelo estrondo crescimento econômico do Japão e da Indonésia, e por não terem mais espaço físico para continuar sua expanção uma vez que o nível da água estava aumentando muito, estes se unem num ato secreto e no dia 23 de junho, invadem a Austrália e com extrema velocidade dizimam todo o exército e todos os governantes de lá, criando assim a atual Japonésia.

Com isso em 2059, os antigos EUA na tentativa de recuperar a soberania da Austrália e das pequenas ilhas ao seu redor, investe frustradamente todo o seu poderio militar a fim de derrubar a nova capital da Japonésia chamada de Shinu, localizada ao Norte da agora devastada Sydney. Declarando então, guerra contra a Japonésia, assim começou a terceira guerra mundial.

Tendo como exemplo o Japão e a Indonésia, Rússia, China e Índia se unem criando a União das Nações Sociais - UNS, e convertendo todos os outros paises ao seu redor para a mesma política, aqueles que tentaram resistir mantendo sua soberania foram obrigados a se render por meio da força que agora os atacava.

Enquanto isso, A República do Congo se une com outros países e tribos Africanas e com o auxílio bélico e militar da Japonésia conquistam toda a África, criando assim a África dos Congos.

Nós da América, ainda conseguimos manter essa guerras longe das nossas terras até que em 21 de maio de 2079, um presidente maníaco dos EUA lança uma bomba de hidrogênio em Shinu, capital da Japonésia, assim em resposta, a Japonésia lança sua nova arma de destruição em maça apenas conhecida como K70, nas cidades de Nova York, Washington, São Paulo e Buenos Aires, e assim foi pelo mundo todo, bombas e ataques em destruição em maça, por fim restaram vivos apenas 10% da população mundial, algo em torno de 1 bilhão de pessoas.

Bom, mas saindo da história, voltamos para o nosso acampamento e começamos a preparação para o resgate da Dra. Miranda.

Xavier, nosso experiente bioquímico e com conhecimento de sobra das toxinas da K70, preparou nosso equipamento de segurança, e nós nossas armas.

Por sorte não teria que fazer o turno daquela madrugada pois devido a situação crítica era melhor o experiente Cláudio ficar com este turno, assim, fiquei de vigia novamente até às 2:00 da manhã e fui me deitar pois o nosso vôo com destino à Zona Morta de São Paulo estava marcado para às 06:00h.

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